quinta-feira, 26 de abril de 2012

Rip Van Winkle (adaptado)

Olá. Hoje eu irei postar a primeira parte do conto Rip Van Winkle, de Washington Irving, que eu adaptei para ficar um pouco mais parecida com a realidade dos dias de hoje. Eu espero que vocês gostem, beijos portuguesados...


"Quem quer que tenha subido pelo rio Hudson deve lembrar-se das montanhas Kaatskill, que se avistam ao longe. Cada mudança de estação e de tempo e cada hora do dia provocavam alguma mudança nas cores e nos contornos mágicos dessas montanhas. Todas as boas esposas da região as tomam como barômetros, pois, de acordo com a sua aparência, conseguem prever o tempo. Mesmo que elas assistissem as previsões diárias do tempo, aquelas montanhas eram absolutamente precisas.
Ao pé dessas belas montanhas, o viajante pode avistar fumaça se erguendo das inúmeras fábricas e empresas que se encontram naquela cidade. É uma cidade antiga, que foi fundada por algum colonizador holandês.
Nessa cidade grande, em uma das casas ou apartamentos locais, vivia, um homem simples e bom chamado Rip Van Winkle. Era um vizinho exemplar e um marido obediente, completamente dominado pela mulher. Certamente devia a essa última circunstância a brandura de alma que lhe conquistava popularidade geral, pois são mais aptos a serem dóceis e conciliadores fora, esses homens que estão sob a disciplina de uma víbora dentro de casa.
Rip Van Winkle era o grande favorito entre as esposas do condomínio onde morava; as crianças também gritavam de alegria sempre que ele se aproximava. Assistia a seus jogos de beisebol, comprava-lhes brinquedos de todos os tipos, ensinava-lhe a soltar pipa e atirar bolinhas de gude e lhes contava longas histórias de fantasmas, bruxas e ídolos antigos. Aonde quer que ele fosse, era cercado por um bando deles, pendurando-se nas suas roupas, subindo às suas costas e lhe pregando mil peças impunemente. Nem um cão ou gato vira-lata em toda aquela cidade enorme latia para ele.
O grande defeito de caráter de Rip era uma insuperável aversão a qualquer tipo de trabalho útil. Nenhum emprego fazia o gosto de Rip, nenhum curso, nem mesmo ajudar a esposa em simples afazeres domésticos, Rip era capaz de fazer. E não era falta de assiduidade ou perseverança, pois ele seria capaz de ficar horas assistindo a seus filmes e seriados preferidos sem reclamar. Poderia comprar ingressos para jogos de futebol americano, mesmo que isso apertasse o orçamento da casa e ele e sua família ficassem passando fome por dias. Jamais se recusaria a ajudar um vizinho, mesmo nas tarefas mais duras. As mulheres do condomínio, também, tinham o costume de recorrer a ele para pequenos serviços que seus maridos menos prestativos não fariam por elas. Num palavra, Rip estava sempre pronto para cuidar dos negócios de que quer que fosse, exceto dos dele próprio. Mas cumprir os deveres para com a família e ajudar na renda familiar, ou mesmo cuidar do apartamento em que vivia, ele achava impossível."

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